26.10.12

Boletim clínico

Ou o Christian Bale pode vir mesmo sem disfarce


Pois que estou melhor, obrigadinha.
Acabei hoje o ciclo de cinco injecções diárias. Só em jeito de curiosidade, apenas uma vez na minha vida tinha sido picada (desta forma, vacinas não contam, naturalmente) por causa de uma alergia.
Nunca fui criança de crises de garganta, gripes e acho que no meu tempo ainda não se tinha inventado a doença que trazemos na boca a toda a hora e dá pelo nome de virose.
Para ser totalmente sincera, em 30 anos de vida, lembro-me de estar doente (com febre e mau estar) duas vezes. E o facto de ser tão saudável até me entristecia. Era a única que nunca faltava à escola e só ia ao médico nas consultas de rotina.
Mas, se começarmos a falar de dentes, o quadro muda, radicalmente.
Eu era aquela a quem os dentes de leite não caíam. Às tantas, sentia os ratinhos que espreitavam por trás. Da primeira vez, ainda fui feliz e orgulhosa, mostrar à minha mãe, o meu novo dentinho. E ela o que fez? Levou-me ao dentista para me arrancar o velho.
Maneiras, que das vezes que se seguiram, calava-me que nem rata e qual rata, a minha própria mãe passou a inspeccionar-me a boca.
Os momentos que se seguiam naquele consultório cuja empregada sofria de obesidade mórbida, reservo-me o direito de os manter para mim, de tão aterradores que eram.
Naturalmente, que a sequência desses episódios traumáticos fizeram estragos na minha gaveta das memórias. E vergonhosamente só me apanham em dentistas quando o caso está irremediavelmente perdido.
Como agora. E há dois anos.
Vou, marco as consultas, até já cheguei a pagá-las adiantado para garantir que no dia não faltaria. Adiantou? Não!
Mas, desta é que. Daqui a meia hora, com um calmante no bucho e a suar em bica vou estar de boca arreganhada naquela cadeira... Ai valha-me Deus..

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