Cabe em qualquer um(a).
Os homens deste século acham que podem desflorar uma mulher
(mesmo que já esteja desflorada há muito) e que o podem dizer. Descaradamente.
Como se insulta o carro se avaria ou se o combustível falta.
“Se quiseres foder diz-me ainda hoje. Se não, não falamos
mais”. E remata com o que julga ser o seu bem mais precioso: a frontalidade.
“Desculpa, sou muito directo”.
E haverá mulheres que consideram normais estas
abordagens modernas que dão o corpo pelo corpo. Como uma troca de alimentos de
séculos que se foram há muito.
Faz-me impressão. Revira-me o estômago a facilidade com que
as meninas se dão, considerando normal esse contacto. Quase como uma cadeira
que terão de fazer na faculdade. Sem amor. Sem envolvimento. Sem meses de
desejo. Sem o simbolismo de uma primeira vez. Que se esquece, como também vão esquecer o
primeiro beijo.
E as náuseas aumentam quando se tem em casa duas mulheres,
lindas e namoradeiras que crescem na era facebook, msn e skype.
Eu não sei como será. Mas sei como não quero que seja.
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