25.10.12

Os meus, os teus (nem sempre os nossos)



Há menos casamentos. Os números dizem-nos que até os divórcios diminuíram, o que não significa que há mais amor. Resulta, antes, da falta de dinheiro dos casais porque separar sai caro - seja pelo processo, seja pelos bens. Deixam de ter onde viver ou como se mobilizarem.
Ou seja, há muitos casais que vivem como tal e já há muito deixaram de o ser. Eu conheço-os.
Criam-se situações embaraçosas e não é apenas pelo lado conjugal, de ter que se estar com quem já não se quer, de continuar a partilhar a intimidade de uma casa (mesmo que já não seja lar). Às vezes, a situação arrasta-se tanto que chega-se a partilhar aquela casa com os novos companheiros. E nem sempre (ou raramente) as relações são cordiais.
Os filhos ficam confusos.
As cabeças desarrumadas.
Os roupeiros mais cheios.
A casa de banho mais ocupada.
Há mais desarrumação e menos leite no frigorífico.
Vai-se, quiçá, o respeito. Pelo outro, com quem se partilhou uma dúzia de anos de vida (ou mais).
Se me questionarem direi que sou moderna, que tenho a cabeça aberta. Mas, se há assunto em que os costumes ainda me tolhem, é este das relações. Daquelas que acabam, tantas vezes, mal resolvidas e que complicam quando há filhos de ambas as partes e ex mulheres e maridos.
Eu sei que nem sempre é assim. Que há exemplos felizes de coabitação.
Mas, se fosse comigo, ou tinha a minha cabeça muito esclarecida, ou o meu ex ia ter uma grande canceira.

1 comentário: