7.11.12

Fim

Fui surpreendida -  ou nem tanto -  por esta notícia do Público. Para quem não se der ao trabalho de ler, dá conta do fecho de duas publicações vimaranenses. Uma delas, a última onde trabalhei e onde dediquei praticamente uma década da minha carreira de jornalista.
A sua falência não constituiu surpresa, até porque rescindi contrato com justa causa há cerca de um ano por salários em atraso. Nunca foi uma empresa economicamente saudável. Viveu sempre na corda bamba, à custa de muito sacrifício e algum improviso do seu gerente que também era director. Pelos vistos, as habilidades deixaram de ser suficientes e o jornal já não saiu.
Lamento. Essencialmente pelo projecto que com sustentabilidade financeira teria pernas para andar. A pessoa que o dirigia era competente, uma espécie de visionário, um mágico sem poderes, como tal, sozinho, não foi capaz de levar a sua avante. Lamento. Porque foi naquela casa que tantas vezes senti minha e outras tantas me senti uma estranha que me fiz jornalista. Naquela casa, confiaram em mim. Naquela casa progredi na carreira. Não posso deixar de lembrar a Sara Oliveira que me acolheu no grupo de trabalho, que me ensinou, que me corrigiu, que se tornou uma amiga. E também (apesar de tudo) o José Eduardo Guimarães que foi quase sempre um director à altura.
Ao Expresso do Ave, quero acreditar que o mágico, ainda terá um coelho para tirar da cartola.

Sem comentários:

Enviar um comentário