15.11.12

Liberdade



Discute-se a liberdade. Como sendo, muitas vezes, o valor que mais se preza. Fa-lo-á mais fervorosamente quem em tempos viveu sem ela. Um povo à mercê da ditadura. Um escravo submisso ao dono. Um funcionário explorado pelo patrão. Uma mulher maltratada pelo marido...
Hoje, o povo de antigamente valoriza a liberdade. Enquanto os mais jovens não a consideram devidamente porque nunca se viram privados...de falar, de vestir, de beijar na boca...
Enquanto claustrofóbica que sou sou, sinto-me grata, sempre que a porta do elevador se abre no fim do percurso. Ou sempre que o avião aterra em segurança.
Sou grata por caminhar na direcção que escolhi, e por colher os frutos de passos certeiros. Ou errados. Porque assumir consequências também é uma forma de liberdade.
Mas, desengane-se quem se julga livre. Quem se assume impreterivelmente livre. Porque haverá sempre uma forma de cativeiro. Imposta por saúde, dinheiro, por amor, por excesso de peso, por dependências de qualquer espécie...
Entre outras privações eu vivo no mais deleitoso cativeiro que me prende à responsabilidade de mãe.
Não posso meter-me num avião e fazer um curso em Nova Iorque. Tão pouco posso atrasar-me para o jantar.  Ou simplesmente deixar-me dormir...
Mas, como tantas vezes o abraço certo, e apertado, te prende e conforta, também sou grata, pelo cativeiro em que vivo.


3 comentários:

  1. O melhor cativeiro do mundo...

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  2. a liberdade há-de ser sempre condicionada. Mas o grande desafio da vida é ser livre dentro dos limites

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  3. Liberdade com responsabilidade e lembrar sempre que a nossa liberdade termina quando começa a dos outros.

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