Foi esta a forma e o tempo verbal que utilizei quando me calhou a mim.
Disse-o, na cara e pelo telefone... Acabou! Como que a sacudir a agonia dos últimos dias. Numa tentativa inglória de me convencer que a vida continuava depois de outra ter acabado.
Abanei com a cabeça vezes sem conta, num aceno contínuo que não, que não podia ser... não agora, porque era Domingo e Domingo é dia de família. Não agora, porque era Fevereiro e se resistiu ao Janeiro, só tinha de chegar a Março porque na Primavera ia arrebitar. Não agora... Não, por favor... nunca, se puder ser...
Mas é...
Acaba por acabar...
E sacode-nos.
Um punho fechado entala-nos o órgão que sente.
Amputa-nos carne. Irrecuperável. Em ferida. Incurável.
Mas, tratável...Pelo tempo. Pelo amor. Pela assiduidade. Pelas colheres de sopa. E pelas gotas de leite. Pela longevidade feliz.
Vai ficar tudo bem.
Força! Tudo passa! Não sei do que se trata ao certo, mas mais vale mudar de vida que viver na amargura. Bola prá frente. Beijinhos
ResponderEliminar