6.5.13

Acabou

Foi esta a forma e o tempo verbal que utilizei quando me calhou a mim.
Disse-o, na cara e pelo telefone... Acabou! Como que a sacudir a agonia dos últimos dias. Numa tentativa inglória de me convencer que a vida continuava depois de outra ter acabado.
Abanei com a cabeça vezes sem conta, num aceno contínuo que não, que não podia ser... não agora, porque era Domingo e Domingo é dia de família. Não agora, porque era Fevereiro e se resistiu ao Janeiro, só tinha de chegar a Março porque na Primavera ia arrebitar. Não agora... Não, por favor... nunca, se puder ser...
Mas é...
Acaba por acabar...
E sacode-nos.
Um punho fechado entala-nos o órgão que sente.
Amputa-nos carne. Irrecuperável. Em ferida. Incurável.
Mas, tratável...Pelo tempo. Pelo amor. Pela assiduidade. Pelas colheres de sopa. E pelas gotas de leite. Pela longevidade feliz.
Vai ficar tudo bem.

1 comentário:

  1. Força! Tudo passa! Não sei do que se trata ao certo, mas mais vale mudar de vida que viver na amargura. Bola prá frente. Beijinhos

    ResponderEliminar