7.2.14

Crise? De valores...



Quando perdemos e refiro-me a perdas que doem, não um pneu que fura, um portão que avaria, o dente da frente que cai, a gigantesca conta da luz, a subida da Euribor, o ar condicionado em curto circuito... Perdas reais. É disso que falo. Quando a gente que gostas adoece e morre. E passas a viver como se eles nunca tivessem existido fora da tua memória porque esse tempo (outrora real) é tão deleitoso que chega a ser comparável a uma vida no jardim do éden, entre árvores, flores, frutos saborosos e um ferrari para conduzir.
E assim se perde o fio da meada... Adiante, quando perdemos (insisto, perdemos a doer) aprendemos a relativizar as queixas. Preferencialmente devíamos parar de nos queixar e já agora de utilizar amiúde a expressão tão portuguesa do "vai-se andando" e ultimamente a gasta justificação para todos os males, "é a crise". Qual crise? A crise não vai impedir as minhas filhas de crescerem. De se beijarem e de puxarem os cabelos. Não evitará abraços. Ou partilha. E essa tanga da crise despontar oportunidades pode bem ter sustentação.

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