5.2.14

O big brother da vida

Enquanto terminava de tomar o meu pequeno almoço, que sou menina de despender cerca de 45 minutos para o efeito, sentou- se ao lado um casal. Entraram em amena cavaqueira a falar do inferno de Dante. O senhor pega no Correio da Manhã e enquanto se senta desabafa, "oh pá a tragédia do Meco...". A mulher diante de si questiona, "mas aconteceu alguma coisa lá?". E isso fixou- me a atenção. "Aquela história com os estudantes. Não vês as notícias?", perguntou, quase indignado. "Não tenho tempo para ver notícias. Mas morreram foi?".
Por esta altura eu já a olhava de olhos arregalados e queixo caído. A senhora com o cabelo desgrenhado, um borrão preto por cima dos olhos que resultou do tremelique da mão enquanto passava o lápis e sapatos mal aprumados não tem tempo para ver notícias. Estou curiosa com os afazeres desta senhora.

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