5.4.14

Eu sou o cor de rosa.

Sentada há 10 minutos numa mesa de café com as minhas criaturas percebi o absurdo de ser mulher.
Em 10 minutos, num espaço cheio, de gente e chávenas que se cruzam em puros movimentos de malabarismo, as minhas criaturas já gritaram umas três vezes. Entender gritar como gritar de facto. Numa delas a criatura mais pequena atacou a maior. Arrancou-lhe cabelos. Levou-lhe as unhas ao rosto.
Mas centremos-nos no tema das discussões. As cores. É que nem é o meu cabelo é mais bonito que o teu ou estou a usar uma coroa pindérica e tu não. As minhas filhas discutem porque ambas querem ser o objecto cor de rosa, seja ele qual for. Fosse um cocó cor de rosa e elas rivalizariam com a mesma determinação pela posse do dejecto.
Ser mãe de gaja às vezes é coisa que consome a gente. E pior que isso, faz-nos ver, como nós gajas, conseguimos ser estupidamente complexas. E tontas.

Sem comentários:

Enviar um comentário