1.7.14

A minha afilhada faz anos



Há 18 anos, numa segunda feira... ao cair da noite de uma segunda feira, a primeira de Julho.
Tinha bem mais energia do que nesta terça feira, 18 anos depois. Impus-me tua madrinha sem que te impusesse o nome que acabaste por ter. Andreia.
Tinha energia a mais. Inesgotável. Capaz de romper a barreira de segurança do hospital e subir ao quarto já noite cerrada. Vi-te eu, depois da tua mãe e do teu pai. Já tinha medo de elevadores e subi em corrida todos os lanços de escada até ao 5º andar. Valeu a pena há 18 anos. Vale a pena hoje. Porque estou aqui (mesmo sem estar), como estive horas depois de nasceres... Estou aqui... Mas estou mesmo, até quando a adolescência prega partidas e a distância geográfica se faça fronteira intransponível... estou aqui. Gosto tanto de o dizer como espero que gostes de o saber. Como quero que tenhas essa certeza sem ter que te dizer.
Aqui, em Portugal, não está um dia bonito. Eu estou cansada. Desgastada. Tenho os olhos vermelhos de tantas horas a escrever porque daqui a dois dias estarei aí e o trabalho fica feito. Estou descalça e despenteada. Tenho fome. Mas estou aqui. E orgulho-me muito do que te tornas-te a partir daquele primeiro colo que te dei.

Sem comentários:

Enviar um comentário