28.6.12
Por cá
Continuamos a comer amendoins e a lamber o sal que se pega na ponta dos dedos.
A Pipa mudou a cama. Tem sofrido com o calor. Deita-se no chão ameno da cozinha.
As manas dormem.
Vou olhando a Penha. E as nuvens no breu da noite. Tenho a janela aberta. Não me incomoda o calor, nem o frio. Mas gosto dos ruídos da noite. Do alarme da vizinha que acciona sempre às 23. E dos gémeos e das irmãs da casa da frente. Do pastor alemão que vem usar a casa de banho e não resiste aos ramos das arvores. E do vizinho mais simpático que de entulho fez jardim e vem rega-lo todas as noites.
Estou por ti
Gosto da segurança. E da arte.
E de ser dos poucos futebolistas mais velhos do que eu.
Nunca esqueci o nosso encontro na Pousada de Santa Marinha da Costa que alojou a selecção italiana no Euro 2004.
O sol não queima
Interrompi a piscina para dar lugar ao cinema.
Hoje vou ver Capitães da Areia, baseado na obra do Jorge Amado.
Anteontem vi o famoso Kevin. Não me inquietou. Impressionou, apenas. Pela maldade. Pura. De alguém "nosso" de quem cuidamos (e cuidaremos) até ao fim.
Não me parece que - a dada altura - aquela mãe continuasse movida pelo amor. Era só obrigação. Mas continuou, mesmo com a sua vida já interrompida.
E a nossa Selecção já voa de regresso a Lisboa.
Não sou o Luís Freitas Lobo e não arrisco um comentário que porventura seria mal interpretado. Estou resignada e feliz por termos ganho uma equipa que partiu "moribunda" para o europeu.
27.6.12
Começamos bem
Dormiu em nossa cada uma amiga da Carolina. Passaram a tarde na piscina (literalmente), jantaram juntas, brincaram no jardim sob os 30 graus nocturnos e ainda viram a novela. Durante a noite não dei por elas, mas a miúda acordou calada, com ar triste. Perguntei-lhe se Tonga saudades da mãe. Respondeu que sim. Mas fui-me apercebendo que não era só isso. Estava nauseada e com dores de barriga. Oh valha-me deus! A primeira vez que a menina dorme lá em casa vai de avariar!!!
Não tomou o pequeno almoço e estava com vómitos persistentes.
A seguir a noticia que havia "problemas" com um texto tão bom que escrevi e ainda não foi publicado.
Diz que a manda chuva do pedaço não gostou. Como se esse direito lhe assistisse. Uma coisa é ter informação errada, outra é não gostar da escrita ou da selecção do conteúdo de acordo com a importância.
26.6.12
25.6.12
Boletim clínico
Quase 50 dias depois da incapacidade temporária continuamos com uma ferida exposta - vulgo buraco.
Mantêm-se os curativos diários - logo agora que a Troika instituiu o pagamento das taxas moderadoras, a brincadeira tem saído barata - e as consultas.
Deste buraco não jorra petróleo.
Estou a pensar devolver o homem, dá defeito para caraças.
I'm alive
Para infortúnio de poucos mas jubilo de muitos. Tipo a minha cadela, os idosos a quem cedo a vez na fila do Intermarché, o meu marido a quem faço a depilação, as minhas de quem cuido para não subnutrirem e da minha mãe a quem localizo a casa de banho mais próxima.
21.6.12
Inconsequência
~
Eu disse que ia praticar fingir-me de morta perante algumas situações, mas será sempre excepção e nunca regra.
Não vá alguém riscar-me o carro ou roubar-me os sapatos que levou emprestados e fique a pensar que vou perdoar o esquecimento.
Há quem faça isso muito bem. Tipo, não te convido para o meu casamento, mas isso não te dá o direito de te melindrares e se estás grávida vou aparecer para conhecer a tua filha.
Please, give me a break.
Eu disse que ia praticar fingir-me de morta perante algumas situações, mas será sempre excepção e nunca regra.
Não vá alguém riscar-me o carro ou roubar-me os sapatos que levou emprestados e fique a pensar que vou perdoar o esquecimento.
Há quem faça isso muito bem. Tipo, não te convido para o meu casamento, mas isso não te dá o direito de te melindrares e se estás grávida vou aparecer para conhecer a tua filha.
Please, give me a break.
Não sei do que estás a falar
Não sou esse género de exemplar. Daqueles que engole sapos e se finge de parva - o sangue desta espécie é igual ao das baratas. Bem diferente do meu que corre vivo cá dentro. E ferve, tantas vezes.
Se não vejamos, quantas vezes, já me apercebi que falavam de mim, comentavam qualquer coisa e abordei as pessoas em causa, para as esclarecer - tinham-me ali à frente, não precisavam especular. Muitas vezes, só queriam saber onde tinha comprado os calções da Carolina ou a chupeta da Constança. Outras, embora negassem, estavam chocadas com o meu decote na capela do senhor do sono.
Imaginem que até já aconteceu assediarem o meu homem à minha frente. Estávamos de férias, fora de Portugal, e as raparigas - portuguesas - julgaram-me de outra nacionalidade que não a delas e no restaurante do hotel, na mesa ao lado da nossa, ouvi as maiores ordinarices em relação ao meu actual marido, na altura, ainda namorado. É claro que tirei satisfações.
Mas, hoje entendi que talvez não seja muito inteligente ter sempre esta postura activa na vida. Às tantas, como os bichos, às vezes é proveitoso fingirmos de mortos.
Eu vou começar a praticar.
20.6.12
19.6.12
Dois lados
Escrevi sobre um rapaz que tinha interrompido os estudos por falta de botas. Cada par custa 600 euros. As velhas estavam rompidas e as novas - pagas pela escola - vieram mal confeccionadas. Esta era a versão do aluno.
A direcção executiva ficou melindrada com a reportagem e fez questão de informar - o que de resto o aluno e a mãe já tinham dito, que foi o agrupamento quem comprou as botas - e ainda acusar o rapaz em causa de desinteresse, mau aproveitamento e de modo muito discreto até que podia estar a aproveitar-se da sua deficiência. É claro que pode.
São dois lados. Duas versões. E eu não levo polígrafo para as entrevistas. Mas, vejo as pessoas. Oiço vizinhos...
É quase como escolher destinos. E rumos.
Quando chego a Guimarães, penso sempre "vou pela cidade ou pela via rápida?".
E agora penso, insisto ou desisto?
Naaaa, desistir não é uma opção.
Senhora Dona Pipa
Hoje confirmei finalmente as férias e ainda marquei uma viagem para o início de Julho. Por mim era já para a semana, mas como de costume, os homens afrouxam.
Amputei partes de dois textos e tomei um brufen. Acordei com uma dor de cabeça!!!
Fui passear a cadela e um senhor com muito bom ar (tipo enxuto, lavadinho, bem vestido mas com cerca de 60 anos. Quem me conhece sabe que não gosto deles velhos, pelo contrário) apaixonou-se pela Pipa. A sério. O homem estava maravilhado com a bicha. Com o tamanho da bicha, com o pêlo da bicha, as orelhas da bicha, a focinho da bicha... "Isto é mesmo um cão?", perguntava. Assim de repente, no boletim de saúde diz que sim. E não ladra - achei que o senhor ia gostar de saber. Adorou. Perguntou-me o preço, onde podia adquirir um, se largava pêlo e o que é que ela comia.
Temos negócio.
Afrouxar
Queres um verbo? Ora aí tens. Afrouxar.
A mim já me aconteceu quase tantas vezes como perco livros. Ou melhor, aconteceu (acontece) a outros cujo afrouxamento interfere comigo...se é que me faço entender. E nas mais variadas (e inoportunas) situações.
Os homens afrouxam mil vezes mais que nós - vá-se lá saber porquê.
Assustam-se se nos vêm com um tacão maior que 15 centímetros e verniz azul.
Intimidam-se se queremos pagar o café. Se somos directas...se abordamos objectivamente um assunto por mais pudico que seja.
São uns frouxas.
Como é que é possível?
A minha casa cheira a cão. É incontornável. Por mais velas que acenda, por mais ambientadores que compre.
Sempre que vou fazer uma reportagem ou estou com alguém que tem cães, o animal gruda em mim. Costumam dizer, "o bicho gostou de si" e eu explico, "ele sente é o cheiro da minha cadela" (espero que só os bichos sintam o cheiro dos seus pares).
Enquanto amputo partes de uns textos porque o senhor director queixou-se da sua extensão, a Pipa entretém-se com uma bola de ténis.
Confirmo que de vez em quando ainda aparecem uns cocós na cozinha. E a bebé continua a dividir com a cadela, além dos iogurtes, gelados e colheres de arroz.
As minhas tias - quando me visitam - fazem questão de manifestar o seu desconforto, "se era eu que tinha um cão dentro de casa. Deus me livre".
Mas é por momentos como este que eu pergunto. Como é que é possível, vocês, viverem sem cães???? Sem um bicho cujo objectivo de vida é ser-vos fiel, fazer-vos companhia???? Alguém que vos manifesta incondicionalmente a importância que têm???? Que aguenta as mordidas da vossa filha bebé, e os puxões de orelhas???? Que leva banhos de ice tea sem nunca ripostar e até tolera batón rosa sobre a cabeça????
Como é que é possível?
18.6.12
Este post é inútil e não tem titulo
Estive a escrever das 14 às 20h. Despachei tudo. Muito eficiente a menina.
Estou temporariamente de férias. Receptiva a convites ou sugestões.
E tu tens uma maneira muito estranha de dormir.
Ui!
Diz o Paulo Bento que já há quem esteja a afiar as facas.
Olha que não sei...para já estão todos muito caladinhos
17.6.12
Sou tão fraca...
É que sou mesmo fraca!!! Shame on me! Eu não era assim. Juro. Adorava ver o Indiana Jones e sonhava ser sua parceira de aventuras.
Eu era aquela que jogava futebol, que corria mais que as outras, que andava de mota, que subia à árvore mais alta, que usava botas iguais às das Spice Girls.
Hoje, duvido que seja capaz de andar na mais xunga das montanhas russas. É que nem preciso de tanto, acho que nem no grilo saltitão.
Ai se desmaio; se enjoo; se desfaleço; se tenho uma crise de ansiedade; se me despenteio; se o PM quiser falar comigo e eu a andar de carrossel...
Tudo isto porquê? Porque, esta envergonhada que vos fala não foi à Lapinha!!! Acordei e pensei "naaaaaa, está-se tão bem na caminha" (se bem que o gajo competia nos jogos Olímpicos e disse o mesmo) e não fui. Pior, mandei um SMS a dizer "não vou. Traz-me por favor um saco de cavacas e meio quilo de doces". Really?
Não temo o esforço físico. Óbvio que chegava à igreja da santa sem dificuldade, sem uma pinga de suor e fresca que nem uma alface, mas a minha cabeça é tão fraquinha. O Lidl é atrás de minha casa e se lá fui três vezes a pé é muito.
Maneiras que é isto. Eu que prometi ir a S.Bento a pé!!!Alguma vez?! E dizem que esse santo é vingativo (temos estado em negociações).
16.6.12
Só mais isto
Amanhã acordo às 5 da manhã!!! Não, não estou louca; não vou à pesca; nem à black friday. Vou à Lapinha. Povo de longe, pergunta, "mas que raio é isso?". Pois que é uma santa. Não me perguntem pormenores porque sinceramente não sei e também não me apetece ir ao google.
Basicamente, no dia desta santa, vamos todos a pé à sua igreja. Peregrinos em promessa e gente como eu que gosta de se levantar cedo e caminhar uns 30 quilómetros ( ????) serão mais?
Na verdade o que me move são as doceiras que nos esperam em frente à igreja.
Basicamente, no dia desta santa, vamos todos a pé à sua igreja. Peregrinos em promessa e gente como eu que gosta de se levantar cedo e caminhar uns 30 quilómetros ( ????) serão mais?
Na verdade o que me move são as doceiras que nos esperam em frente à igreja.
Como fazer pipocas no microondas?
Cá em casa anda-se com a mania das pipocas.
Começou com o homem e uma vontade incontrolável de se acabar num balde de milho. Às tantas foi de tanto antibiótico e injecção.
O normal é comprarmos pipocas - tipo batatas fritas - no supermercado.
As do Pingo Doce convenceram-nos, mas digamos que não gosto do estaminé aqui de Guimarães. Tem sempre pedintes e vendedores ambulantes à porta, um elevador com muito mau ar, um ATM escondido atrás de um cacifo, e mão de obra pouco qualificada, salvo raras excepções.
As do Intermarché...comem-se.
As do Continente também são muito boas.
Mas, ontem decidi experimentar as do Lidl, de fazer no microondas.
A primeira experiência não correu bem. Rebentei com um prato e com o próprio do saco. Por pouco não provoquei um incêndio.
Enquanto as tirava, para apurar se alguma se tinha salvo ia-me lamentando, "chatice pá estão todas queimadas" quando a Carolina me corrigiu, "não estão queimadas. As pipocas estão é cheias de cáries".
Ok, pipocas com cáries...Podia ser, têm tanto açúcar.
A festa
A Carolina frequenta uma escola pública num bairro... curioso; engraçado; divertido, com muita gente dentro.
É uma escola que pertence a um agrupamento onde estudei no 7º, 8º e 9º anos. Foram anos queridos da minha vida e o actual director do conselho executivo foi meu professor de ciências.
Pela escola da Carolina já passaram a minha afilhada e um rol alargado de familiares. Eu nunca lá estudei.
No bairro, onde se localiza a escola, tenho cinco casas e tios em todas elas.
Brinquei naquelas ruas, caí naquelas escadas, comi pão com manteiga, à pressa enquanto saltava ao eixo.
É uma escola recente ou em rigor, é uma escola requalificada recentemente. Outros lá concluíram o ensino básico em contentores.
A minha filha tem aquecimento central, cantina, ringue desportivo, polivalente que se tornou pequeno para todos os que quiseram assistir à festa.. Os que lá têm crianças e os do bairro que também tomam aquela comunidade escolar como sua. Não há um rosto que se desconheça.
Aquela gente acerta o relógio pela campainha da escola.
Os velhos sentam-se nos bancos às 10.30 para verem as crianças brincarem, correrem com pressa em contraste com o vagar dos seus dias.
A festa, hoje, foi dos meninos e da gente que ocupou a cadeira dos pais, que aplaudiu, que abriu as janelas para disfarçar a temperatura elevada.
Naquela escola todos os meninos terminaram o ano com aproveitamento.
Na parte que me toca, mais uma vez enchi-me de orgulho pelo desempenho da minha grande. Dança com tanta seriedade que não admite um falha. Zanga-se com os que se enganam ou encaram a actuação com leviandade.
Os finalistas despediram-se, de capa e cartola. Entre muitas lágrimas e presentes.
E a minha Kiki está de férias.
ET
Foi o primeiro filme que o meu pai me mostrou. E o primeiro que vi com ele.
Foi com o ET que percebi que havia uma arte à qual chamavam Cinema.
Tantos anos depois recordo cada emoção que vivi, quando o Elliott pensou que ele tinha morrido, quando voaram nas bicicletas, quando bebeu demasiada cerveja...
Foi o primeiro filme que me comoveu e hoje (agora) surpreendentemente está a dar no Syfy.
Parece que o vi ontem! Vou-me lembrando de tudo.
E o melhor é que tenho as duas coladas à TV. E posso partilhar este filme com elas como um dia ele partilhou comigo.
Daqui até à lua
Já tinha dito que não voltava a usar collants. Pois falhei. E arrependo-me. Porque definitivamente não resistem a bebés ao colo.
Estou nem aí
![]() |
sandálias Primark |
Em matéria de meteorologia o meu iphone nunca me enganou e a sua previsão para hoje era esclarecedora: chuva.
Quando abri a janela, de manhã, o cenário foi devastador. A varanda encharcada, chuva certinha, céu cinzento...
Tinha planeado a roupa na véspera. Vestidos e sandálias. E assim foi. Estamos quase no fim de Junho. Podemos calçar sandálias.
Estou nem aí para a chuva.
Por acaso correu bem. Não nos molhamos. E a tarde até terminou soalheira.
15.6.12
Primeiro ano
Parece que foi ontem que lhe vestia a bata para a deixar no colégio. E que ela se preocupava por não saber na ponta da língua os números até 100.
Parece que foi ontem que a vi correr e baloiçar pela última vez no parque das Camélias, enquanto seu, ainda. Hoje é da irmã. Bem como a mulher que a educou. E estou tão agradecida por isso.
Num estalo de dedos terminou o 1º ano do ensino básico. E ainda ontem escrevia em maiúsculas.
É inegável que a minha mais velha mudou. Caíram-lhe os dentes, cresceu, engordou pouco, veste mais vezes fato de treino, diz mais disparates. Mas, na hora de dormir é o mesmo bebé que embalei e me esfregava o rosto. Como faz neste momento.
No creo en brujas, pero que las hay, las hay
Eu disse que estávamos em Novembro, afinal enganei-me, é Outubro ainda e hoje foi o dia das bruxas.
Vassoura entre as pernas e vai de rasgar os céus. Às tantas são meras figurantes do espectáculo de amanhã à noite, no Toural.
A primeira aparição, ainda que inesperada foi... agradável? Embaraçosa? Um teste? Não sei dizer...
A segunda foi uma espécie de pesadelo que nos perseguem e nos aterrorizam na hora de dormir.
Em boa verdade acho que nunca tive um pesadelo que se repetiu, mas o que vi hoje, levou-me a outro tempo em que achava que tinha tudo, mas afinal me faltava tanto. Faltava-me a Constança, por exemplo.
Não gostei desta bruxa de vassoura negra.
Subscrever:
Mensagens (Atom)