A menina das sardas: Vou escrever muito depressa a ver se me despacho.

16.5.12

Vou escrever muito depressa a ver se me despacho.

Pois que esta manhã foi próspera em acontecimentos.
Pelas 8.30h já a minha mais nova se bronzeava no terraço. Eu?? Esticava o cabelo.
Como de costume o quarto ficou do avesso. Num estado de calamidade pública tal que temo lá voltar.
Ao pequeno almoço, respirei pela primeira vez.
Consultei os emails até me aperceber que um miúdo tinha caído para o chão. Primeiro pensamento: raisparta a canalha que só está bem a fazer disparates.
Mas, o miúdo não se levantava. E o companheiro chamava por ele num ar de graça e de medo.
Levanto-me ao mesmo tempo que marco 112 no telemóvel. Adivinhem? Ninguém atendeu!!! Será isto possível?! Opto pelos bombeiros de Guimarães que em 5 minutos estavam no local.
O miúdo que esteve inconsciente uns segundos, recuperou entretanto a consciência. Muito assustado e a chorar, só perguntava o que lhe tinha acontecido.
A pior parte, o rapaz de 11 anos, estava sozinho!!! E os telefones que tinha apontados na caderneta da escola de nada valeram. A mãe não atendeu, nem a avó e o pai ao que parece não está cá. Foi sozinho para o hospital porque - naturalmente - nenhum de nós adultos que assistimos à cena teríamos a leviandade de assumir a responsabilidade de impedir que fosse.
A proprietária do café empenhou-se em encontrar algum membro da família. Se não obtivesse sucesso iria ela própria ao seu encontro no hospital.
A seguir, um voo até ao Porto. Foi um pé lá, o outro cá. Trabalho, minha gente, trabalho!
À chegada fui combinar os moldes de uma grande reportagem agendada para amanhã.
E voltei a respirar no almoço.
Gosto de falar contigo pá, ainda que não tenhas jeito nenhum para fotos e que exijas de mim muita destreza gestual para te convencer que os meus projectos são os melhores.