31.5.12

Ainda a saúde

Ontem estive três horas no público, hoje 10 minutos no privado. Não é uma questão de tempo - pelo menos que o possa quantificar em minutos. É esta espécie de perseguição que venho sentindo por gente de bata branca e crocs nos pés.
Tenho dois antibióticos pousados na mesa da cozinha; dois antiinflamatórios e um antihistaminico.  Fora o amigo (ben)uron - presente todas as horas (tem tanto tempo de voo como eu) e os faixas negra do arsenal.
Um serão nas urgências públicas é - indiscutivelmente - mais divertido. Se eu estivesse à procura de um companheiro ia às urgências. Seria perfeito. Podia simular um mal estar, desmaiar-lhe nos braços e até pedir que me acompanhe à casa de banho...
Claro que corremos o risco - elevado - de encontrar um bêbedo descalço que ainda nos vomite em cima. Ou um idoso que de cada vez que tosse deixe claro que sofre de flatulência, mas, quiçá não encontrem a cara metade entre uma garrafa de soro e uma colheita de sangue.
De repente lembrei-me da senhora que gritava "sou um ser humano" e que fez questão de manifestar a sua revolta com um dos médicos de serviço. "Eu cheguei primeiro do que aquele e aquela e a senhora das bolinhas", barafustava enquanto os apontava.
O médico, só abria os braços.
"Expulsaram o meu marido e aquela tem um autocolante". Nesta parte alguém assobiou para o ar.
E o médico sorria e abria os braços.
Na cabeça daquela senhora não estava nas urgências do hospital, estava na fila do talho do Intermarché que funciona por ordem de chegada. Para aquela senhora, as pulseiras não têm cor. E os gases dela têm a mesma importância que uma tromboembolia.

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