21.6.12

Não sei do que estás a falar



Não sou esse género de exemplar. Daqueles que engole sapos e se finge de parva - o sangue desta espécie é igual ao das baratas. Bem diferente do meu que corre vivo cá dentro. E ferve, tantas vezes.
Se não vejamos, quantas vezes, já me apercebi que falavam de mim, comentavam qualquer coisa e abordei as pessoas em causa, para as esclarecer - tinham-me ali à frente, não precisavam especular. Muitas vezes, só queriam saber onde tinha comprado os calções da Carolina ou a chupeta da Constança. Outras, embora negassem, estavam chocadas com o meu decote na capela do senhor do sono.
Imaginem que até já aconteceu assediarem o meu homem à minha frente. Estávamos de férias, fora de Portugal, e as raparigas - portuguesas - julgaram-me de outra nacionalidade que não a delas e no restaurante do hotel, na mesa ao lado da nossa, ouvi as maiores ordinarices em relação ao meu actual marido, na altura, ainda namorado. É claro que tirei satisfações.
Mas, hoje entendi que talvez não seja muito inteligente ter sempre esta postura activa na vida. Às tantas, como os bichos, às vezes é proveitoso fingirmos de mortos.
Eu vou começar a praticar.

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