1.8.12

Snif...snif...

Se gritasse da varanda ouvias-me. Alcançava-te em dois passos. Estás do outro lado da rua. Não deves dormir, ainda... Pelo menos, enquanto der a novela...
Jantaste à pressa, beijaste-me e correste para a vizinha, com a almofada num braço e uma muda de roupa no outro. Providenciaste tudo sozinha.
Mal te vejo nesse teu voo de pássaro, mais livre por ser Verão e os dias serem maiores.
Corres (ainda) mais rápido do que o costume. Falas mais. Cantas mais. Ris mais ainda.
E eu, aqui, entre snifs...snifs... Sem entender como me tornei dispensável tão depressa.
Eu sei que é assim- que ficas assim mais protegida- porque estás do outro lado da rua, à distância de um grito da varanda, mas preferia-te aqui com uma mão no teu rosto e a outra no meu.

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