É diferente casar de ser casado. Permitam-me a ressalva para entender o cerne da questão. Porque, uma coisa é o Dia. Outra são os dias! Que virão, um após o outro...até que a morte os separe, como prometem diante do altar de Cristo.
Preparar um casamento é uma organização que te preenche por um ano (aquele que antecede a festa). É a escolha do vestido, dos vestidos das outras, do fato do noivo, do espaço, convites, música, demais animação, leitura na igreja, reportório na igreja, flores na igreja, lua de mel e mil e uma tangas.
É maravilhoso entrares numa loja de noivas e com a justificação do casamento experimentares todos aqueles vestidos de princesa. Foi das partes que mais gostei.
E o dia do meu casamento foi muito melhor do que o melhor que eu pudesse imaginar.
E o dia a seguir, foi muito pior do que o pior que eu pudesse imaginar. Mas depois viajei. Voltei casada e feliz. Apaixonada. Com uma família e prestes a mudar-me para a casa dos meus sonhos. Onde de resto continuo. Feliz e modesta o suficiente para, nos meus sonhos, não almejar uma casa melhor. Ambiciono um carro melhor, sapatos melhores, casacos melhores, mais viagens, mais jantares, mais companhia. Mas, aqui sinto-me bem. Começámos por ser cinco. Houve tempos em que fomos só quatro. Depois três. Somos cinco, outra vez. Com a possibilidade de sermos mais. Ou menos.
O namoro é mil vezes mais apaixonante. Livre, mas comprometido. Mas é durante o namoro que começas a querer casar. Por um punhado de razões. Queres estar mais tempo com ele. Dormir e acordar. Queres ter filhos. Depois, estás casada e reclamas porque o namoro já lá vai. E agora tens uma casa que precisas de cuidar. Filhos de quem cuidas e um homem que se deita e acorda a teu lado (pelo menos na maioria dos casos), mas que, muitas vezes, te acompanhava mais no tempo em que era apenas namorado. Nas conversas pela noite dentro; nas compras, nas tardes de domingo.
Eu acho que sim, que devemos viver juntos, homem e mulher. De que forma? Cada um sabe de si.
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