21.12.12

Missão presentes





Confesso-me aliviada por estarmos cá. E, até ver, com saudinha.
Hoje, dei por encerrada a missão presentes de Natal. Percorri muitos quilómetros. Vi muita gente. E desgracei-me com o trânsito. Mas, cumpri.
E agora enquanto olho de esguelha para a reportagem da TVI que insiste na pobreza do Natal em tempos de crise, apetece-me mandar a jornalista à m..... Cara colega, já fizeste as tuas compras? Esperaste minutos preciosos de tempo em filas para passar no corredor dos Nenucos; para pagar; para embrulhar os presentes???
Disseram-te, ontem, "ah e tal não se preocupe porque ainda temos muitos casacos desses...nem lhe devia dizer, mas chegam aos saldos de certeza" e hoje ligaram-te com um discurso ligeiramente diferente, "se não vier buscar o casaco na próxima hora vamos colocá-lo à venda porque já é único".
Maneiras que, cara colega, essas lojas que insistes estão vazias, serão certamente na Avenida da Liberdade. Porque nas lojas do povo, o povo acotovela-se entre os charriot; fuça nas estantes; esconde os cestos enquanto procura o marido que foi registar o euromilhões para pedir os 20 euros que faltam para pagar a conta.
Nas lojas do povo, o povo acaba com o stock de Ferrero Rocher e a seguir atira-se ao Mon Chéri.
E garanto-te que as lojas não estão vazias porque o povo vai em grupo. Em família. Quase sempre numerosa. Há choro de bebé (não raras vezes recém nascido); há birras infantis por brinquedos e birras adolescentes pelas leggings brilhantes e quase sempre um marido marado de olhos arregalados, a falar entre os dentes e a puxar a mulher pelo cotovelo.


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