Vivo perto de tudo. Perto ao ponto de dar corda aos sapatos e fazer-me à estrada com as meninas pela mão. Caminhando 7 minutos estaria na escola da Carolina e triplicando o tempo no colégio da Constança.
Podia descer à colina sagrada, estender uma manta e ler com o castelo nas costas. Até podia trabalhar, inspirada pelas conquistas de Afonso Henriques, enquanto a bateria me permitisse.
Mas sou uma vergonha. Carro, carro, carro. Não saberia sobreviver sem o carro. sendo o exposto já demasiado grave piora porque a maioria do tempo que dispenso para lazer me enfio no shopping.
Hoje, fui ao centro histórico. Eu sei tão bem que aquela calçada, aquelas ruas e vielas, são injecções de ânimo. O sol é mais alto. Brilha mais. É feito de gente que se conhece e não bate à porta para entrar.
O centro histórico de Guimarães, consagrado pela Unesco como património mundial, está conservado de um modo irrepreensível. Dá gosto lá passar. Sempre soube e senti a cada passada. Mas esta manhã fui surpreendida pela quantidade de novos projectos, lojas novas, gente atrevida e ambiciosa, talentosa. Apetece entrar em cada porta. Remexer. Apetece voltar.
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