Eu, desequilibrada, me confesso

Os padrinhos da minha Constança convidaram-na a ir para o Gerês, esse paraíso natural que todos os Verões serve de ninho a Ronaldo e Irina.
Ao saber do convite, a minha Carolina, fez-se imediatamente convidada e juntou-se ao grupo.
A minha pessoa que, não fosse uma entrevista deveras importante, preferia regularizar as horas de sono, não achou graça ao programa e menos graça ainda a imaginar as suas crias sujeitas a crias de reptéis vários que abundam naquelas bandas.
Vai daí, a táctica inicial passou por fingir o cancelamento do programa, o problema foi que me esqueci que a minha Carolina sabe ler. Quando viu a mensagem em que eu, descaradamente, propunha que a madrinha mentisse e dissesse que já não havia Gerês para ninguém foi o drama. Ameaças de jejum e abandono de lar.
Resignei-me. Mas com o cair da noite socorri-me de S. Google. Ora, vamos lá ver as florestas pejadas de cobrinhas venenosas e caminhos estreitos cheios de alces e de outros cornudos. E os rios??? Tantos peixinhos com dentes ponteagudos. Diz que até crocodilos vêm à margem em dias quentes com cheiro a rissól.
Convenci-as. Ou, pelo menos, achei que as tinha convencido. Deitaram-se determinadas a não ir, mas tristes por decepcionarem os primos.
De manhã, a história era outra. A Carolina acordou destemida e influenciou a irmã.
Lá foram. Eu fiquei. Já liguei meia dúzia de vezes e enviei o dobro das mensagens. Na última a minha prima que é uma grande querida enviou-me uma foto com  minha maior em cima de um crocodilo de borracha e eu acredito piamente que há mesmo, por ali, peixes com dentes ponteagudos.
Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr.