30.8.14

A minha relação com as tatuagens


Tinha 16 anos quando fiz a primeira. Foi ao final da tarde de um dia de Agosto e nem sequer estava em Portugal. Estariam perto de 40 graus e eu já não comia, provavelmente, há mais de 4 horas.
A minha primeira tatuagem - ou o que escolhi tatuar - não significa nada. A imagem não tem uma representatividade afectiva. Mas, o gesto (de me tatuar) significou liberdade. Rebeldia, também. A minha mãe só soube nessa noite quando liguei para casa.
Doeu-me horrores. Desmaiei a meio e não fosse ficar com um boneco inacabado nas costas tinha desistido.
Terminei-a. E senti-me a mais forte e corajosa de todas as adolescentes.
Seguiu-se a segunda. Simbólica.
A terceira. E a quarta. Quando nasceu a Constança fiz a quinta.
Depois da primeira tatuagem, as que se seguiram - e como alguém que escreve e guarda cada nota - são de ler. Numa linguagem que não está acessível à maioria. Porque são notas íntimas.
Esta semana fiz mais três, de uma assentada.
Farei outras, seguramente.

4 comentários:

  1. Relação com tatuagens? ... pois, só podia ser essa. Combina com todo o decor de uma suburbana com algum dinheiro e um berço proletário.

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  2. Pessoalmente não gosto de tatuagens.
    Nunca as faria.
    Mas claro que respeito quem gosta e faz porque são da esfera individual de cada um e da forma como se relaciona com o seu próprio corpo.
    Não perceber e não respeitar esse principio base de liberdade é digno de trogloditas a quem custa perceber que estamos no século 21.
    Ou será de apoiantes do "califado" que germina lá pelo norte do Iraque e que tem das mulheres uma visão cavernicola?

    LAC

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  3. O que seria da mulher sem a sua complexidade?
    Costumo perder as minhas notas (graças a Deus não falo de dinheiro) por isso, tatuo-as.
    E ainda bem que o Steve Jobs inventou o iphone..

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