23.8.14

Remember 80's


Fui batizada pelo Monsenhor José Maria Lima de Carvalho, figura que muitos anos mais tarde tive o prazer de entrevistar. Levei com a água benta na cabeça perante o pânico da minha mãe que engripasse.
Usei baba e pela sujidade evidente (mais do tipo abraçado a mim), foi uma peça imprescindível, num tempo que  - penso eu - não tinha máquina de lavar. Também usei fraldas de pano que a minha mãe, ou a minha avó, prendiam com alfinetes. E estou tentada a apostar que devia trazer sempre comigo uma caixinha de fósforos com mais não sei o quê por causa do mau olhado. Nunca saí à noite enquanto não fui batizada e tenho para mim que os meus pais devem ter dormido com umas calças atravessadas para não secar o leite à minha mãe. A sério, alguém devia de se dedicar a escrever um livro sobre estas superstições disfarçadas de sabedoria popular. São uma delícia.
A minha pancada por cães vem, praticamente, do tempo em que me passeava nos espermatozóides do meu pai. Na foto, em cima, tinha pouco mais de um ano, e como é visível tinha acabado de sofrer um acidente grave que quase me custou o braço. Ainda assim, sentia-me perfeitamente à vontade para, quase, me deitar sobre o pastor alemão. Chamava-se Duck e era o bicho preferido do meu pai.
A roupinha vermelha não é típica do nosso folclore, foi comprada numa viagem à Alemanha, mas desapareceu quando a minha mãe a emprestou a alguém para disfarçar a filha no Carnaval.
Os sapatinhos em croché foram feitos pela minha avó.
Ainda bem que não tinha as orelhas furadas. E a foto com neve é na Penha.

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