28.10.14

A relação com a ganga é como um casamento para a vida.


Sou do tempo das Levis 501. Coleccionei este modelo e usei-as até não poder mais. Cheguei a usá-las rotas. Lembro-me tão bem de sair de casa escondida para que a minha mãe, mas principalmente a minha avó não me vissem.
Eram a minha peça chave.
Hoje não uso tanto ganga, mas não tenho dúvidas que continuam a ser a solução para as péssimas manhãs em que não nos apetece vestir a roupa que escolhemos de véspera nem nos sentimos capazes de segurar um vestido ou uma saia. Quando isto me acontece (como hoje, depois da Constança me ter entupido um ouvido com tanto grito) sei que as minhas calças de ganga estão lá para mim. Combinam comigo e com tudo o que tenho. A ganga é como um casamento daqueles em que efectivamente só a morte - ou quiça nem ela - nos separará. Está comigo nos bons e nos maus momentos.
Quando assim é recorro-lhes e sei que estou sempre bem.

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