5.10.14

Os últimos dias de Outono primaveril


A maioria dos casais (de namorados) têm a rotina do Domingo. É herança cultural.
Ao Domingo, o meu pai levava a minha mãe ao cinema. Pagava-lhe o bilhete do autocarro e o ingresso para o filme, mesmo que a minha mãe não apreciasse cinema.
Eu mesma, a meio do namoro, com 18 anos, esperava pelo homem ao Domingo, para me levar às compras ao Porto ou a Braga. Para comer um gelado numa esplanada. Ver o Vitória, em casa ou fora. E terminar o final de semana com uma francesinha no Mof-Dof.
Com o passar dos anos - ainda namorados - só queríamos um Domingo entre lençóis. Um filme na TV tornou-se suficiente e a possibilidade de dormirmos e namorarmos era para lá de espectacular.
Depois com os filhos bebés que ainda empurramos na cook virados para nós é uma exibição. O sorriso para os anjinhos, os bocejos, as parecenças... Mas as criaturas crescem. Já não cabem na cook nem querem o carrinho. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Tão depressa um programa com crianças parece perfeito, como 15 minutos depois estamos a amaldiçoá-lo. Culpamos o homem e o homem culpa-nos. Agarramos na canalha e fugimos para casa.
E nem venham já os especialistas debater o melhor programa para fazer com crianças porque já tive dias de praia perfeitos e outros infernais. Já tive longos jantares e outros que não chegam ao primeiro prato.
Portanto, para termos dias felizes com os miúdos é preciso valentia (para não sucumbir ao sono de Domingo), paciência e criatividade. E aproveitar o sol enquanto podemos.

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