Estou seriamente preocupada com as minhas filhas. Mais com a mais velha do que com a mais nova.
Também estou preocupada comigo. Elas perseguem-me. Juro que não é exagero. É perseguição que muitas vezes se prolonga por 120 horas (como nas maravilhosas férias carnavalescas).
A Constança não só tem dormido comigo como, não satisfeita, dorme em cima de mim. Hoje, acordei e senti-me como se tivesse sido atropelada por um camião da Vitrus.
Antes de dormir, a Carolina, vem meia dúzia de vezes à minha cama dizer-me "até amanhã, se Deus quiser". A quantidade de vezes que me aparece ao quarto depende do sono. Quanto mais tarde adormecer, mais vezes aparece.
Se eu estiver na sala e por uma necessidade fisiológica precisar de uma casa de banho, quando estou a sentar-me já elas estão dispostas, lado a lado, à espera que eu termine. Mesmo que estejam as duas a curtir o som da Violetta ou entretidas com batons e plasticina. Hei-de descobrir onde escondem o radar.
Ou então se eu tiver de me ausentar por dois minutos para comprar assim uma coisa para lá de urgente - tipo xanax - e estiver um frio do caraças. Não está só frio. Está a chover e o carro não está na garagem. Estão ambas de pijama a ver a Vila Moleza. Sair de soslaio não dá (por causa do radar). Arrisco-me:
- Vou só ali à farmácia no carro do Senna.
- Eu vou contigo.
- Eu também vou.
- Deixem-se disso. Está a chover, anda uma Anaconda lá fora e se ficarem dou 5 euros a cada uma.
- Mãe, já sabes que eu vou contigo.
- Eu também.
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