Adoro a ideia da partilha das vísceras que existe entre os filhos do mesmo ventre. Acredito nisso como princípio para uma relação que começa no sangue.
As minhas filhas são unidas no amor e no desamor. Competem pelo espaço do meio na cama, pelo último gole do bongo, pela caneta florescente. Agridem-se.
Mas, no minuto seguinte vão juntas à casa de banho. Conversam. Segredam. Partilham o melão da sobremesa.
Não fazia ideia do que era viver nas mesmas entranhas que alguém. Até elas me ensinarem.
E gostou do que lhe ensinaram? Arrependeu-se de nunca ter pedido nenhum irmão? ***
ResponderEliminarNão posso arrepender-me de uma decisão que não era minha. Mesmo que eu quisesse, dificilmente os meus pais teriam um segundo filho.
ResponderEliminarFui afortunada porque fui criada com primos/irmãos da minha idade. Mas senti falta de um abraço visceral que chorasse a morte do meu pai da mesma forma que eu.