6.5.15

Eu sou pela saúde e pelas curvas.


A Bárbara Norton de Matos foi a entrevistada do Daniel Oliveira no último Alta Definição.
Falou das inseguranças da adolescência e confidenciou como um casting numa agencia de modelos a atirou para um quadro de depressão e distúrbios alimentares. Disseram-lhe que era gorda, feia e que tinha uma testa enorme.
Muitos anos mais tarde, a Bárbara haveria de ser convidada para uma sessão fotográfica, ousada, para a revista Maxim. Contou, na entrevista ao Daniel Oliveira, que no final das fotos lhe perguntaram como queria as pernas, o peito, o rabo, a barriga. Respondeu que queria tal como eram, com a dimensão e a forma que tinham. Sem photoshop.
No antigamente (como diz a minha Constança) impôs-se a gordura como formosura na imagem da mulher que se queria na cama. E até as crianças magras (como eu fui e como as minhas filhas são) eram associadas a fraqueza, má alimentação, doença, às vezes.
Dizem os números que em Portugal metade são gordos e metade são magros. Ou seja, a percentagem de obesos ronda os 50%.
A gordura já não é formosura, mas o que me inquieta é que já nem a saúde o seja.
Agências de modelo, como aquela por onde a Bárbara passou, manequins, actrizes, celebridades e até rainhas com claro défice de peso e ditaduras de perfeição conseguidas através de programas como o photoshop tornaram a maioria das mulheres inseguras. Quem tiver curvas é gorda.
Os ginásios, as dietas da moda, lançadas umas atrás das outras e muitas delas com créditos em editoras que não pensam duas vezes em publicar tudo, mais do mesmo, muitas vezes, medicamentos para emagrecer, tudo isto incorpora num negócio que rende milhões, à escala global.
Como tudo na vida, o mal está no extremismo, na falta de razoabilidade. Da mesma forma que o esterno da Carolina Patrocínio impressiona, ontem senti pena de uma miúda da idade da Carolina que terá praticamente o meu peso.
A obesidade não é referência de coisa nenhuma, do mesmo modo que a magreza também não o é.
E assim só porque sim e em jeito de curiosidade, socorri-me no antigamente e naquela que é (apesar de morta) a maior divã de sempre. Marylin Monroe sem photoshop. E com curvas.

Sem comentários:

Enviar um comentário