5.5.15

Há pessoas dispensáveis.



Vai fazer 10 anos a minha Carolina. Podiam ser menos que isso não mudaria a forma como vê o mundo. E as pessoas. Sempre esteve à frente da sua idade. É uma menina astuta, perspicaz. Muito esperta. Desde muito cedo quis saber como era possível termos água e luz em casa e a quem é que pagávamos por esse serviço.
Ouve atrás das portas se pressente mistério. Quer sempre a verdade, mesmo quando a verdade fere.
É forte e sensível a minha filha. Chora e ri na mesma proporção, com a mesma intensidade. Entende o bem. E não esquece o mal. Tem diário e regista o que é digno de registo e a cor de cabelo da Violetta na segunda temporada.
Já aprendeu a assobiar. Literalmente. E metaforicamente. Como quem cai e finge que não dói. Porque chorar em frente aos colegas é uma vergonha.
A minha filha Carolina entende quem lhe faz falta e quem é dispensável. Sabe de quem gosta e quem gosta dela. Já não se vende. Julga e fá-lo quase sempre com justiça. É então justo eu permitir que inclua e exclua pessoas da vida dela. Sempre com o critério do coração. Já incluiu quem está geograficamente longe. E acabou de excluir quem vive, praticamente, ao lado e cujo laço de sangue não era suposto desatar.

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