22.5.16

Amor de elástico.



Sabes quantas vezes quis desistir de ti? Quantas vezes no último ano não te lembrei? Ou não te quis?
Nenhuma.
O (nosso) tempo passou num voo acrobata de avião militar. Com loopings e acelerações de 7G. Chegamos a perder os sentidos, mas nunca o combustível. Encartei-me para manobrar um bombardeiro russo e não sendo, ainda, especialista às vezes perco altitude (sem nunca me deixar cair).
O amor é um jogo duro. Cerramos os punhos. Calçamos as luvas. Subimos ao ringue.
Tenho o anel no dedo e o coração em ti.
És o meu amor do cinema. Que me segura no colo e me eleva na multidão de frente para o palco na romaria da vila. Que me beija na faixa de rodagem da autoestrada. Que se perde comigo num tinto de malga que nos deixa os lábios (e os dentes) num tom roxo. E o corpo quente.
Visto de fora parece um sonho. Nem sempre é. A nossa licença de voo é recente e temos manobras arriscadas.
Há a noiva teimosa e tagarela com as suas crias turbinadas. Há a tua loira. As três vestem-me as saias e agarram-nos nas mãos. Mas, sobramo-nos um para o outro. E na imprevisibilidade vivemos.
A noite não está ainda quente o suficiente para nos sentarmos na varanda virada a poente e estendermos as pernas sobre o ferro. Mas, em qualquer lugar, sobre qualquer cadeira temos o nosso tinto (de malga) e o nosso olhar demorado.
Parabéns pelo primeiro aniversário meu urso. Traz-me apenas o meu abraço.


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