12.4.17

Nem toda a grávida é uma grávida feliz!


Daqui a cerca de uma hora tenho uma consulta no meu médico assistente que me permite aquele acompanhamento básico, ainda assim, importante. Vamos medir as tensões e a barriga; ver o ph do xixi...  subir para a balança (!!!!)...Confesso que estou confiante. Ontem comi uma bola de berlim, mas tenho-me portado bem, sem excessos e sem a compulsão por comida que senti nas gravidezes anteriores.
A semana passada aproveitei também para começar, de forma muito moderada, a treinar. E foi o suficiente para, praticamente, não me mexer nos dias seguintes.
Estou na melhor fase da minha gravidez. Não sinto qualquer enjoo e a azia desapareceu. A barriga começa a notar-se cada vez mais, mas ainda não incomoda. Continuo a dormir na posição em que me apetece e a caber em toda a roupa, embora este Verão antecipado convide ao uso de vestidos frescos e confortáveis.
No entanto, grávida que é grávida, não tarda a queixar-se da escassez de indumentária. Porque a barriga não vai ser sempre assim fofa, brevemente vai ganhar proporções monstruosas. Vou começar a arrastar-me à medida que ela aumenta. Vou retirar anéis porque os dedos vão inchar. Vou sentar-se sempre de pernas abertas e o meu nariz vai ficar o dobro. A criatura que carrego vai achar por bem iniciar uma exploração minuciosa das minhas entranhas e vou sentir os pulmões chegarem-me à boca.
A gravidez é, sem dúvida, um estado de graça e vale cada sacrifício, mas não é fácil. De todo.Além das mudanças físicas, da sensação de nos sentirmos estranhas no nosso corpo, de não podermos usar aquilo que gostamos, do inevitável aumento de peso ao qual acrescentamos as alterações emocionais, tipo chorar ao ver uma andorinha, sentimo-nos, no início pelo menos, como se estivéssemos doentes. Na gravidez da Carolina, a primeira, lembro-me perfeitamente de perguntar à minha mãe se nunca mais me iria sentir bem.
Nem toda a grávida, apesar de consciente da decisão de ter um filho, é uma grávida feliz. A boa notícia é que passa a voar (ainda ontem comentava com o homem que estou praticamente a meio!) e depois de termos a criaturinha nos braços esquecemos aquela manhã em que vomitamos 30 vezes ou da noite em que embatemos de frente na parede numa das 20 viagens à casa de banho.
Eu, por agora, espero apenas não deixar a balança a chorar.

Sem comentários:

Enviar um comentário