17.5.11

Hero makes dreams come true



Já a conhecia. Quantas vezes nos cruzamos no colégio entre chegadas e partidas das nossas "piquenas". Não sei se ela sabe, mas até já tive o gosto de conhecer (e entrevistar) o seu pai, o Dr. da Várzea aquando da publicação de um dos seus livros. Contou-me das suas viagens. E encantou-me como normalmente me encantam todos os "velhos".
Adiante... ela chama-se Eduarda e é professora de português (embora eu  - sabe-se lá porquê - achasse que era médica). A Eduarda tem, talvez, a profissão que eu teria se não fosse jornalista. Cresci muito próxima das palavras. E das notícias. E uma das minhas brincadeiras favoritas era puxar a mesa de centro da sala para perto do sofá e fingir que apresentava o telejornal.
Os portugueses...não, os portugueses não. Vou reformular...as pessoas tendem a gostar do que é complexo e caro e esquecem que na maioria das vezes as coisas simples resultam muito melhor. Foi num momento assim, de pura e simples inspiração que Eduarda ensinou a ler crianças de 12 e 13 anos. Como? Limitou-se a ler-lhes. Uma e outra história, no final de cada aula. Imprimiu-lhes os contos e permitiu que os levassem para casa e assim como quem não quer a coisa pediu que lessem os contos aos pais que foram convidados a comentar a iniciativa. Quase sem se dar conta instituiu a leitura como uma regra. Básica e essencial.
Criou uma oficina de leitura e no seu carro leva as crianças a lerem para outra crianças. E foi tudo tão simples. Sem mentes brilhantes. Sem orçamentos.
Eduarda sabe do que fala quando fala dos livros. Assim como eu brincava às notícias não tenho dúvidas que esta professora cresceu ao ritmo de cada livro que leu. E o melhor de tudo é que partilhou com os seus alunos o melhor que lhes podia dar. Enquanto mãe (cuja cria está a escassos meses de começar o ensino) não podia deixar de partilhar esta história real (e simples) que me deixa um pouco mais confiante e segura no ensino público português. Porque afinal ainda há profissionais que vestem a camisola.

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