17.6.11

O poder das palavras



Quase sempre tenho palavras ainda que muitas vezes não sejam mais fortes que o silêncio. Falo quando devia estar calada. Acontece-me tantas vezes e mesmo assim não aprendo. Até a minha filha me chama "boca rota". E já se zangou ao ponto de chorar banho e ranho por partilhar algo que me tinha dito. Não parece, mas falo pelos cotovelos. Quero atenção. Sou monopolizadora. Chego a mandar calar para que eu possa brilhar. Olha, sou assim. Como se não bastasse falo alto. Já fiz um curso intensivo para aprender a falar baixo, mas não consigo. Desisti ainda a formação não ia a meio. Sou minhota, ruiva, com sangue latino. Não se pode esperar grande coisa desta mistura improvável.
Quando termino o dia de trabalho, que por acaso está para acontecer dentro de 10 minutos, vou com fome de palavras ditas. Gritadas. Tenho os caracteres e as páginas do word pelos cabelos. E sim, já falamos de bombeiros. E sim temos trabalho adiantadinho. E sim, já fizemos a edição de umas quantas páginas. E sim, quero o sol que aqui para o berço chovisca. E amanhã é a festa do meu beija-flor. A última. Tenho para mim que me vai custar - mais que a ela - deixar os amiguinhos que fez neste primeiro percurso. Esta leoa (de signo) de coração de pedra, vai ruir.

1 comentário:

  1. Bem "boca rota"... ;-)
    Eu fiquei super comovida na festinha do meu afilhado e não conhecia aquelas pestinhas de lado nenhum!!!
    Vai mesmo ruiiiiiir...

    ResponderEliminar