12.7.11

Irmãs



A minha Constança anda feliz. Cantarola. Empurra carrinhos de bebé. Até já vê o Shrek! Mas todas as noites quer prolongar os dias. Basta dizer-lhe "óóóóóóó" e ela responde "nanão, nanão" e faz aquela cara "estranha" como se queixa a Carolina.
Os tomates cherry já não resultam e ontem despedimo-nos deles. A última estratégia passa por fazer espuma dentro de um copo e deixá-la tentar agarrá-la enquanto aproveito a sua distração e bota sopa goela abaixo.
Eu não sei que diabo se passa com minhas filhas no ventre materno ou que raio há aqui para dentro que as duas já nascem com um apego materialista a bolsas e cosméticos. E rivalizam, mas grande Kiki, como primogenita que se preza, trata de lembrar a rapa-tachos que "aquela bolsa é de um tempo que tu ainda não existias, logo não te pertence, não há nenhuma hipótese de ser tua". Eu tento explicar que Constancinha ainda não entende aquela pertinente explicação, mas Kiki, numa tentativa desesperada, grita, "não finjas que não sabes do que estou a falar porque estou cheia de te dizer a mesma coisa".
É lindo isto de se dividir o ventre com alguém, partilhar as mesmas entranhas. Digo eu que não o partilhei, mas adoro contemplar este amor que se constrói entre as duas. As palmas da Constança quando a Carolina acorda. As tentativas da Carolina em fazer-lhe penteados e aquela chantagenzinha deliciosa "porque é que eu tenho de ir com o cabelo tipo um jardim cheio de flores e a Constança não leva nada?". Podia inventar mil e uma desculpas, mas chegará dizer que...não tem cabelo suficiente!

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