6.9.11

O primeiro dia de colégio



De certeza que pensou que era fim de semana. Foi ao café, passeou vaidade, distribuiu sorrisos e olás. Minutos depois estava numa sala com música, bebés e brinquedos. Adultos estranhos, também. Era evidente no rosto - na expressão - que desconfiou daquilo tudo. E não cedeu à tentação de saltar para o cavalo. 
A mana olhava-a - solidária - encostada à parede. Se lhe pudesse explicar, estou certa que lhe diria, "Constança, a mamã vai-te deixar aqui!!! Vais ter que adormecer sozinha sem o peito da vóvó e comer a sopa sem a galinha pintadinha do iphone da mamã. Não há televisão. Nem dvd's e não poderás ver o shrek ir buscar o Artur para assumir o trono de Bué, Bué Longe. Também não te vão dar gelados. As horas vão demorar a passar até a mamã voltar a aparecer. Oh minha irmã, não te deixes enganar! Agarra-te às pernas da mamã como tão bem sabes fazer e chora...chora como se não houvesse amanhã. Pode ser que assim lhe amoleças o coração".
Não chorou. Aproveitei-me de uma distracção e saí. Eu, a Carolina, o Nelson. Respiramos fundo. "Ah ela fica bem. Aquilo é o paraíso dos bebés", disse ele. Eu e a Carolina continuamos caladas... De modos que não garanto que não desate aqui aos prantos a qualquer momento.


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