28.11.12

Em Guimarães

Aconteceu isto.
Infelizmente, é tão recorrente quanto chocante.
E se às vezes dar uma criança / um filho(a) para dopção pode ser um acto de amor, este tipo de abandono é  hediondo. É uma morte antecipada.  Um recém nascido foi esquartejado pelas máquinas de triagem de tratamento do lixo.
Alguém deixou aquela bebé ali. Provavelmente porque pensou que uma vez no interior de uma trituradora jamais se encontrariam vestígios. Pois, encontraram-se. E não foi bonito de ver. Tive amigos no terreno, alguns acostumados a fotografar acidentes de viação, com vítimas mortais e nenhum se lembra de ter visto algo tão horroroso quanto aquela bebé triturada.
Há amores difíceis de dizer. De entender. O amor por um filho afigura-se indescritível. Ninguém se lembrou ainda de inventar uma palavra tal que encerre um sentimento assim.
Eu que não sou um poço de bondade, que sou quase sempre fria e pratica, que tantas vezes as lágrimas alheias são para mim apenas isso, alheias, dou comigo a pensar, como se explica um desamor como este?

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