15.11.12

Rescaldo



Está na ordem do dia a violência de ontem em frente ao parlamento. Afinal foram mais os detidos e entre os feridos metade são polícias.
Como já se sabia, o corpo de intervenção da PSP avisou os manifestantes, pelo menos duas vezes, que iam avançar caso os arremessos não parassem. Não pararam. Agravaram-se até, com o lançamento de um explosivo. E a partir dali foi o que as imagens mostram.
Por isto, esqueceram-se os números da greve, as reais e legítimas motivações desta paralisação.
E hoje, no rescaldo à violência (nunca antes vista) em Lisboa, ouvimos da boca do senhor Presidente da República que aquela manifestação, às portas da assembleia da república, não estava relacionada com a política de austeridade. E voltou a falar-se da profissão de desordeiro. Mas isso existe? Ganha-se bem? O salário deve ser bom porque depreendo que seja uma profissão de risco.
Aquela manifestação estava sim relacionada com esta política, como já está agendada outra para o dia da votação do orçamento. E o mote foi dado ontem. Ainda que as pedras da calçada tenham sido repostas e os vidros já estejam  recolocados nas montras. Ainda que o sangue já tenha sido limpo pelos serviços municipais de Lisboa e não tenha havido mortes e tão pouco feridos graves, abriu-se uma porta. Enquanto portuguesa temo que daqui em diante, já não seja possível fechá-la.

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