Ela passa a vida a questionar a nossa amizade.
"Cada vez me pergunto mais porque somos amigas" é a questão que me tem atirado à cara. Com a maior das latas. E com um sorriso sarcástico, como que a rematar "estás por um fio".
Amiúde, eleva-me o tom de voz, ao mesmo tempo que arrebita aquele nariz oportunamente apelidado de "picareta" por quem lhe é próximo.
Chega a chantagear-me e a fazer cara feia.
E eu encolho-me. Coro de vergonha. Desculpo-me. Elogio-lhe a magreza e os 5 centímetros de salto. Digo-lhe que o preto do cabelo combina na perfeição com a sua pele alva. E chego a sugerir que se ousar pintar de vermelho os lábios vai parecer a Branca de Neve.
Um dia, vingo-me e enfio-te num recipiente de vidro cheio de aranhas.
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