4.4.13

Qualquer semelhança com a realidade (não) é pura coincidência!

O animal é visita frequente de seis em seis meses.
É um cão preto e branco de raça média, mas de porte devendo chegar aos 30 quilos de peso.
Olha-se o coiro e desconfia-se. Mas à primeira ordem cumprida percebe-se a amabilidade daquele coração canino.
Tinha fama de ser bom macho. Mas, perante a necessidade de improviso o bicho não foi capaz de cobrir a cadela. Branca e virgem. Bem mais pequena e magra.
Tornaram-se amigos. Companheiros para vida. Partilhavam água e a comida barata do Lidl. Dormiam amparados nos corpos um do outro. E ela, perdoou-lhe a partida de mau gosto dele lhe ter roído o puf verde. Desde que a bebé a pintou, o verde passou a ser a sua cor favorita.
Quando o portão de casa se abria, ela apressava-se a correr para a sala. Ele, atrevia-se no exterior.
Um fim de tarde, a dona saiu, a pé. Faltava sal para a sopa e o Lidl era o supermercado mais próximo.
Ele arisco, enfiou-se-lhe entre as pernas e esgueirou-se para a rua naquele fim de tarde chuvoso.
A dona, apercebeu-se e recolheu-o. Mas, afinal, o bicho, tinha sede de liberdade. Já não lhe chegava aquela partilha de pelos e começava a enjoar dos biscoitos do Lidl. Fugiu!!! Não se ficou pelas beiradas de fronte da casa. Desapareceu!!!
Os donos fizeram acusações mútuas. Agrediram-se verbalmente. Fizeram ameaças que juraram cumprir caso o cão não aparecesse....
E não apareceu.
Uma noite e uma manhã depois, já com as buscas terminadas - porque era dia das compras semanais e da apresentação quinzenal na PSP depois do homicídio por negligencia da tartaruga - o telefone tocou.
Do outro lado, o dono, o legítimo, que generosamente cedia o seu macho para serviços sexuais, de preferência com resultados ao nível da produção.
 - Olhe, você perdeu o meu cão, não foi?
 - Eu não o perdi... ele é que nos deixou...
 - Deixe lá...encontrei-o aqui na rotunda.

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