8.4.14

As nossas crianças.






Percebo que envelhecemos bem cada vez que os olho. Pequenas figuras daquilo que fomos. Replicas perfeitas ao seu jeito. Rebelde. Sensível. Independente. Feminina. Felizes, os quatro. Percebo que estamos a fazer um bom trabalho cada vez que os vejo gritarem, abraçarem-se, dispararem balas uns contra os outros, caçarem fantasmas... São nossos. Cada vez mais nossos. E são uns dos outros. Porque acredito que se gostem.
Às nossas crianças desejo a nossa infância, entre as portas que se abriam sem bater. O cimento quente nos nossos pés descalços e aquele horizonte alaranjado dos entardeceres de Verão. Desejo as noites de S. João. A casa da árvore. Desejo avós como as que tivemos. Piqueniques no campo. O rio. E o campismo de praia. Fogo do conselho. Cânticos de Natal consoada fora. Cães, gatos, borboletas e joaninhas em latas de salsicha.

          Às nossas crianças desejo a nossa infância.

Sem comentários:

Enviar um comentário