9.4.14

Às vezes arrependo-me de cenas...

E não são poucas as vezes. Não fossem julgar que sou daquelas espertalhonas que NUNCA se arrependem de nada porque tudo são aprendizagens. Eu cá digo que havia tanta maneira bem mais inteligente e menos penosa de aprender.
É interminável a minha lista de arrependimentos. Uns piores. Outros nem tanto. Uns que ainda me apertam a alma. Outros que até me fazem rir do disparate. Ou simplesmente encolher os ombros e pensar "que se f***".
Gosto de gente velha. Daqueles velhos com aparência humilde ou dos velhos elegantes cientes que a idade é um posto. O que gosto de ver velhas ligeiramente maquilhadas e cheirosas. Velhas com brio.
Os velhos têm um quê de criança quando nos vêm falar no facetime. A boca aberta em estupefacção.
Gosto do conflito de gerações. E tenho para mim que o legado do nosso passado será tão importante quanto o que fizermos do nosso futuro.
Há pouco, aproximo-me da caixa do Lidl (por falar nisso, atenção administradores, tantas vezes falei aqui do Lidl que já me devem amendoins para todo o Verão), no tapete estavam colocados três artigos, entre eles, um garrafão de água, em pé, que cai ao chão assim que o funcionário puxa o tapete. Olho e vejo uma idosa aproximar-se apressada para apanhar o seu garrafão. Um homem, ao lado, achou que não lhe caberia apanhá-lo, a velha que se agachasse. Agachei-me eu e apanhei o garrafão à senhora de idade que por sua vez, olhou para o garrafão e disse "vá lá que não rebentou". Oi??? E que tal um obrigada? Um sorrisinho grato??? Na, porque eu sou velha e tu SÓ tinhas que o apanhar.
Ok. Arrependida. Para a próxima vais levar 6 minutos a apanhar o garrafão. 3 para descer. Outros tantos para subir.
O pior é que a safada senhora de idade, que - recorde-se - tinha três artigos sobre o tapete, aos poucos conseguiu enchê-lo de compras para o mês, enquanto ia e vinha, vezes sem conta.

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