12.12.14

Começar o dia no quarto escuro a pensar na vida.

Sendo hoje sexta-feira é louvável que a minha filha mais nova não tenha chorado uma única vez para ir para o colégio. Ainda melhor do que isso é vê-la acordar bem disposta. Em circunstâncias, até aqui, normais, a miúda acordava a choramingar e terminava em choro compulsivo ao entregá-la na escola. Nada disso aconteceu. Presumo que seja do Natal. Diz-me amiúde que está ansiosa. Mas, hoje recusou uma camisola com a rena Rodolfo. Escondeu-a. Para que na batalha com o relógio eu não me atrevesse a procurá-la.
Nada de anormal ou muito grave.
O caldo entornou quando o plástico dos lenços de papel da Elsa do Reino do Gelo (essa personagem por quem nutre desmedida veneração) levantou metade de uma unha mindinha.
- põe direito!
-não dá! Não te preocupes que os lenços não saem por aqui.
- não! Põe direito! Não podem ficar assim. Vão sujar-se.
E eu demonstrava-lhe as tentativas em vão de baixar meia unha de plástico.
E ela gritava (por causa de lenços de papel) como no exorcista.
5 minutos depois disto recorri ao método de choque que até agora tem resultado sempre. Quarto escuro, eu e ela sentadas no chão. 10 minutos depois:
- mamã... Já pensei na vida.

1 comentário:

  1. Quarto escuro?! No século XXI?
    Pensava que esse tipo de castigos já não existia.

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