14.1.15

As minhas filhas devem saber que entrevistei o Carlos do Carmo.


E que estava nervosa e ligeiramente insegura. Li, sobre ele, tudo o que podia. Consultei quem, sobre ele, sabe praticamente tudo.
Ao fim da primeira pergunta estava capaz de me sentar à chinês no seu sofá.
Fala como canta. Com naturalidade. E modéstia, poucos dias depois de trazer para casa um emmy. É pesado o galardão.
Canta fado e canta a vida, até porque já esteve a morrer. Não se reservou na abordagem à sua fragilidade física.
Carlos do Carmo é daquelas pessoas que nos falam através de uma ligação directa sem que precisemos de ignição. As palavras chegam-nos sem darmos conta. Pudesse ele e teríamos conversado muito mais tempo.
Importa tudo o que diz.
Minhas filhas, eu entrevistei o Carlos do Carmo.

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