15.4.15

Às pessoas que são felizes, mas não sabem.


A maioria tem medo de assumir felicidade. Como quem cospe para o ar... És feliz? Então toma lá um desarranjo intestinal enquanto entrevistas o Pedro Teixeira.
É um pouco como a história da saúde dos filhos. E disso sei o que falo. São tão saudáveis que assusta. E olho para o ar a ver se nada se aproxima da minha testa.
São tantas as filosofias em torno da felicidade. Porque ninguém é totalmente feliz - ou infeliz - porque a felicidade não existe... Existe. E eu atrevo-me a dizer que existe em doses industriais. O problema está nas pessoas. E uma grande parte (diria, a maior parte) não sabe ser feliz. É como comprar um carro automático e continuar à procura da embraiagem.
As pessoas não dizem "está tudo bem". As pessoas dizem "vai-se andando". Porque há sempre uma merda qualquer que as incomoda. A cabeleireira que não tem acertado com o cabelo. O vizinho que estaciona sempre no local que tem como seu. O marido que come no sofá sem tabuleiro. A filha que desenhou a família na parede da sala. As sacas do supermercado que se pagam. As alergias da Primavera. O frio. O calor. O preço do peixe. Da carne. E do leite. Os joanetes. As unhas encravadas. E a má circulação...
A má notícia é que só se aprende a ser feliz na infelicidade profunda e muitas vezes irreversível.

1 comentário:

  1. Atrevo-me a dizer mais, á por aí muita "gente" que é feliz com a infelicidade dos outros. Se a nossa felicidade as incomoda que a cocem com uma massaroca de milho!!

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