4.4.15

E eu que estive quase a desistir de ti...


Porque todos me diziam (e dizem) que és grande e pesado. "Ai meu Deus"; "Nossa Senhora", largam ao ver-te aproximar, pesado, de facto, mas mais terno do que um malmequer.
Porque comes de mais e fazes cocó na mesma proporção.
Porque não desistes de fazer xixi nas almofadas e na roupa mal a tiro do estendal.
Porque comes a parede da cozinha. E porque já a reparamos, mas voltaste a comê-la.
Porque és um cão. E ladras.
Porque tens as unhas grandes. Porque me saltas às pernas. Arranhas e fazes-me hematomas tão grandes como se me tivesse caído um paralelo nas pernas.
Porque és teimoso. E tenho de te bater mais do que gostaria. E porque nada resulta nas tuas lições de obediência.
Porque às vezes não pareces um cão. Pareces uma besta, de tão desenfreado que és.
E porque és chato. Quase tão chato como a minha mãe.
Mas és assim. És tu. E isso só pode ser bom.

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