8.3.16

Escrever. Sempre.


Se falar, atrapalho-me. Perco-me entre a velocidade com que quero dizer e aquela que o meu instrumento de fala me permite. É mais lenta a minha verbalização do que o processamento do meu cérebro.
Às vezes, chego a acreditar que sou capaz. Se está tudo devidamente organizado em gavetas, basta-me abrir uma por uma. Não basta. Atrapalho-me. Perco-me em argumentos e disperso no discurso que afinal continua na gaveta empoeirada.
Por isso, escrevo.
Ganhei um grande amor pela escrita.
Conheci-o pela escrita. E foi a escrita, de ambos, que no início nos cativou. Hoje, outros atributos nos cativam, mas o mais curioso é que não deixamos de nos escrever.
Este exercício diário, nem sempre remunerado em numerário, compensa-me os vazios da alma.
É a ele (ao amor) a quem mais escrevo, embora nem tudo lhe chegue.
Por cá, tenho escrito pouco. Absorveram-me os últimos dias que duraram mais do que gostaria.
É uma promessa gasta aquela de voltar como antes. Por isso, não o farei.
Mas, encontram-me sempre aqui.

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