4.7.16

Deixem o Verão acontecer.




O Verão está a acontecer outra vez. Em mil e uma coisas, tem a ligeireza de uma rapariga de cabelos soltos e pés descalços. Aquela leveza estival...Acordar e adormecer. Começar e recomeçar.
A frescura limpa das manhãs antes de o mundo começar a aquecer. O céu livre e azul. Os sons e os cheiros. Uma luz avermelhada que só agora.
A lua. As estrelas. A chama das velas. As refeições lá fora.
O espírito quer-se fácil como um dia de Verão.
A aritmética é simples e imediata como beber água fresca.
A história de cada Verão passa por aquela mesa lá de fora. Os almoços ligeiros. Os jantares que se prolongam até que as conversas sejam quase um sussurro pelas noites dentro.
Guardar e celebrar como um acontecimento maravilhoso. Cada grão de areia que é o nosso tempo de vida. Sempre a escorrer num movimento contínuo e imperceptível. Por isso, volta e meia, viro ao contrário a ampulheta que é vidro frágil como o tempo só para não me esquecer que tudo isto é sempre areia que nos escorre dos dedos.

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