16.6.11

Relações

E tudo o que procurámos é um amor assim que se não for imortal seja ao menos infinito enquanto dure


O meu terapeuta disse the "f" word depois de estarmos largos minutos a falar sobre relações. E tenho para mim que não haverá tema mais complexo do que esse. Mais difícil do que discutir o ovo de Colombo. Que dizer por exemplo de uma mulher (como eu, como qualquer uma de nós...) que dormia com um homem que por sua vez dormia com uma faca por baixo da almofada. Depois de muita terapia, o especialista tinha esgotado o leque de soluções, mas a mulher não. E surpreendeu quando revelou o seu maior desejo, assim como um sonho que acalentava para o que lhe faltava viver. "Gostava que o meu marido acamasse e assim podia tratar dele como se fosse o meu menino". Foi exactamente assim que reagi. Não façam essas caras. Nem percam tempo a pensar. Não tentem uma explicação. Não vale a pena.
Ontem procuraram-me na redação. O agressor, acusado de rapto, quis se explicar. A mim, que estou-me nas tintas (perdoem-me a frieza). Ainda lhe expliquei que não era perante a minha modesta pessoa que tinha de limpar a reputação - se é que isso é possível. Ainda lhe sugeri que desse uma entrevista, se tinha tanta ânsia de expôr o seu lado que no testemunho da mulher não existia porque nenhum dos dois foi identificado. Não adiantou. Carregou no play e foi por ali fora. Falamos numa esplanada aqui por baixo que também costuma ser frequentada por miúdos da escola. Tenho para mim que essas crianças tiveram pesadelos ou que a pastelaria perdeu esses clientes. Oiçam isto: "ela diz que eu a tentei asfixiar duas vezes. É mentira. Só uma vez é que lhe fiz um mata leão". Oi????? Um mata quantos???? "Um mata leão, é um golpe de vale tudo que em dois minutos matamos o adversário. É que quem lê pode pensar que eu ia para cima dela e que lhe batia e não era bem assim. Por exemplo, às vezes dava-lhe um estado, outras empurrava-a, puxava-a, dava-lhe um pontapé, mas só isso. E quando a raptei até tive o cuidado de pedir uma carrinha emprestada porque a minha mala é pequena e blindada, e eu pedi uma carrinha com uma mala mais confortável para a poder enfiar lá".
Ok, amigo, olha tenho que ir. Na tua situação procurava imediatamente ajuda. Não sei, talvez um psiquiatra tenha alguma coisa para te dizer.

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