10.2.16

Eu não quero que sejam alguém. Basta-me que sejam elas mesmas.








Quando acresci ao ser mulher o ser mãe decidi que o que quero para elas é mais ou menos o que quero para mim. Que estejam atentos às minhas capacidades, que me ajudem a vencer os meus medos e me aproximem o mais possível das coisas que me fazem feliz.
Ainda assim, não seria honesta, senão dissesse que me daria, tanto mais jeito (e orgulho) que concluíssem o ensino obrigatório sem uma escolta de explicadores. E que me era muito conveniente que a mais velha tivesse hábitos de estudo que contemplassem a auto-suficiência e o silêncio. E que adoraria ser convocada à escola, apenas, para ser agraciada pela minha boa genética.
Mas, quero potenciá-las para lá da academia do saber. Aproximá-las do português da generosidade, do elogio, da motivação, do perdão.
Vou tentar que vejam na matemática da vida a melhor equação para que os seus denominadores comuns alcancem o melhor dos resultados.
Vou querer que vejam no céu estrelado do monte e nos pés descalços a ciência mais pura do amor.
Vou dar-lhes estradas e caminhos, terras e atalhos, para explorarem os limites da sua educação física.
Tudo o resto deixo para a escola formal.
Reservo-me o cuidado de à noite regar-lhes os sonhos.

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