15.7.16

Portugal!


Levamos quase uma semana de peito cheio. Caminhamos mais firmes. E orgulha-nos um pouco mais o sangue português que nos corre nas veias.
Não foi o futebol. Não foram os jogos que dizem que não ganhamos. Foi o coração. Aquele que se descortina quando se esquece o esférico e se analisa as entrelinhas de um jogo épico.
Dizem que somos pequenos. Tristes. Que cantamos fado e temos bigode e isso vale para as mulheres também.
Dizem que somos chicos-espertos. Preguiçosos. Que não trabalhamos e temos feriados a mais.
Dizem que o nosso melhor futebolista é vaidoso, fingido, petulante.
Dizem que o nosso melhor treinador é arrogante. E que nós somos nojentos, porcos e não merecemos ganhar.
Dizem que ganhamos sem ganhar... Diz que sim. Mas, eu vi-nos ganhar sem nunca perdermos.
Básica estupidez. Observações peregrinas (como digo ao homem).
O que eu vi foi um povo tipicamente arrogante e mesquinho vergar-se perante um gigante Portugal.
Vi o melhor jogador do mundo ser o melhor companheiro do mundo. A ser o melhor em campo mesmo estando fora dele.
Vi o miúdo que marcava golos em troca de costeletas e que ninguém valorizava resolver o jogo e mudar o destino de um país. Foda-se dá vontade de chorar só de lembrar.
Parecia um remake do Karaté-Kid. Portugal é o Daniel Son, o lingrinhas que os grandes querem aviar, mas que apesar dos empurrões e pontapés, acredita em si próprio e mesmo no final do combate quando lhe limpam a perna, não baixa os braços e com um só golpe consegue o improvável.
Fez-se justiça e afinal os bons ganham sempre.
Com o Campeonato da Europa podemos provar aos nossos filhos que não devemos desistir, que para conseguirmos temos de tentar. Que os maus não ganham. Que somos capazes quando queremos muito e quando não temos medo. Que devemos acreditar mesmo quando mais ninguém acredita.

Por fim, descansa em paz Eça. Os vencidos da vida... venceram.

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